Por Anete Poll
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Neste sábado, 24 de dezembro, faz um ano que Alanna Jaques Gomez, na época com cinco anos, morreu vítima de atropelamento em Turuçu. O motorista, que fugiu após atingir a menina, encontra-se preso no Presídio Regional de Pelotas (PRP). Ainda sem uma sentença, o processo permanece desde julho na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre, aguardando parecer do relator Leandro Augusto Sassi.

A mãe Liane Vilella Jaques, ainda envolta na dor da perda, diz que não imaginava que poderia ficar mais difícil do que já estava. “Mas este mês de dezembro me mostra que é possível, sim. Ultimamente tenho revivido os últimos momentos da Alanna, com poucas folgas de distração. Na verdade, tenho revivido meus últimos dias também. Os últimos dias de uma Liane completa que não existe mais.”
Duas semanas antes do acidente, Alanna tirou uma foto com a mãe. Ela percebeu que a filha não queria sair de perto em nenhum instante. “Cada dia ficava mais grudada em mim”, diz Liane, que acredita que o comportamento era um sinal de que a hora dela estava próxima. “Eu prefiro acreditar nisso e sei que Deus cuida hoje da minha menina.”

Os dias, segundo Liane, têm sido de muita luta pra seguir em frente. “Sobrevivo com a certeza de que um dia irei ao reencontro dela.” Aproveitando um dos sonhos da filha, que era poder ajudar crianças carentes, Liane viu nessa possibilidade uma forma de ficar próxima da filha. Com a ajuda de uma amiga, realizou no dia 17 de dezembro uma festinha de Natal. Recebeu doações de brinquedos e doces. Fez também um cantinho especial para a filha, “Por você, Alanna”, onde as crianças aproveitaram para expressar seus sentimentos.
Para ajudar a si e também a outras mães e pessoas que estão passando hoje pelo processo do luto, Liane criou a página “Justiça por Alanna”, onde registra depoimentos e sua luta por justiça pela morte da filha. O Natal de Liane será junto dos dois filhos: Laion Jaques Gomez, de 17 anos, e Adriel Jaques Gomes, de nove.

Relembre
No dia 24 de dezembro, Alanna brincava na calçada com outras crianças quando um carro desgovernado acabou atingindo a menina. O condutor do veículo, J.S.A. de 37 anos, fugiu do local sem prestar socorro. Segundo testemunhas, ele foi visto em um bar minutos antes da tragédia e apresentava sinais de embriaguez.